ATA DA CENTÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 25-10-2012.
Aos vinte e cinco dias do
mês de outubro do ano de dois mil e doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas
e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto
Ferronato, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Fernanda Melchionna, João Antonio
Dib, João Carlos Nedel, José Freitas, Kevin Krieger, Professor Garcia,
Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, a
senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Beto Moesch, Carlos
Todeschini, Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, Márcio Bins Ely, Maria
Celeste, Mauro Pinheiro, Paulinho Rubem Berta e Sofia Cavedon. Após, foram apregoados os seguintes
Memorandos, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo: nº 047/12, de autoria do vereador
Beto Moesch, no dia vinte e nove de outubro do corrente, no Curso de
Capacitação para o Exercício da Cidadania Ambiental, no Centro de Estudos e
Aperfeiçoamento Funcional do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul,
em Porto Alegre; nº 021/12, de autoria do vereador Sebastião Melo, nos dias de
hoje e amanhã, em visita à Secretaria de Urbanismo do Município do Rio de
Janeiro – RJ. Do EXPEDIENTE, constaram Ofícios do Fundo Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde, emitidos no dia primeiro de outubro do corrente. Durante a
Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Octogésima Nona, Nonagésima e
Nonagésima Primeira Sessões Ordinárias e da Décima Oitava Sessão Extraordinária.
Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Engenheiro Comassetto, Márcio
Bins Ely, Fernanda Melchionna e João Antonio Dib, este em tempo próprio e em
tempo cedido pelo vereador João Carlos Nedel. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se a vereadora Sofia Cavedon. Às quatorze horas e cinquenta e oito
minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo
vereador Bernardino Vendruscolo, o senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pela vereadora Fernanda Melchionna e
pelos vereadores Carlos Todeschini e Professor Garcia e secretariados pelo
vereador Carlos Todeschini. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
A SRA.
PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): Passamos às
O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ENGENHEIRO
COMASSETTO: Sra. Presidente Fernanda Melchionna, colegas Vereadores e Vereadoras,
senhoras e senhores, eu retorno aqui a esta tribuna com um tema sobre o qual tenho dialogado muito com
o meu amigo Ver. João Antonio Dib, que é o Líder do Governo, e aproveito para
conversar com todos os colegas Vereadores, em especial com o também amigo Ver.
Sebastião Melo, que será o nosso próximo Vice-Prefeito da Cidade.
(Aparte antirregimental do Ver. Professor Garcia.)
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sim, depois de eleito, é de toda a Cidade. O PT
sempre teve essa opinião, Professor Garcia - somos republicanos, constituímos
uma República. E, inclusive, o Ver. Sebastião Melo é do mesmo Partido do
Vice-Presidente da República, que está junto com a Presidente Dilma, Presidente
com a maior popularidade da República brasileira e, no mundo, é a terceira
mulher de maior importância do planeta Terra, segundo as análises políticas
desenvolvidas. E todos nós sabemos que o Presidente Lula vem construindo neste
País uma política que vem orientando um desenvolvimento econômico e social.
Porque esse projeto, Ver. Todeschini, gera riqueza e distribui a riqueza, e a
distribui entre todos os segmentos da sociedade.
Veja só, Ver. Elói, no Rio Grande do Sul, todos nós
falávamos que a Metade Sul era a metade excluída do Rio Grande do Sul, mas,
neste momento, a Metade Sul do Rio Grande do Sul tem recebido magníficos
investimentos que têm mudado toda aquela região. Obviamente, se nós pegarmos o
polo naval de Rio Grande, são R$ 25 bilhões de investimentos naquela região,
naquela cidade - mudou a cara daquela cidade; se nós pegarmos Santa Vitória do
Palmar e Chuí, que têm o maior parque eólico da América Latina, veremos que
esse parque gera energia limpa, cujos investimentos foram na faixa de 1,5 bilhão; nós podemos pegar Livramento e toda
aquela região da Campanha, junto com Dom Pedrito e Bagé, que está se tornando o
grande polo da vitivinicultura, não só do Rio Grande do Sul, mas do Brasil e da
América Latina - um dos polos, porque nós sabemos que a Serra gaúcha é muito
forte -, uma região que vem buscando a sua identidade produtiva e vem tendo
investimento; lá em Livramento, também eu tenho outro parque eólico, com mais
de R$ 1 bilhão em investimento. Então, quando se propicia desenvolvimento, Ver.
Tarciso Flecha Negra, não significa só gerar riqueza, mas gerar riqueza e fazer
com que haja distribuição dessa riqueza. Os maiores e melhores programas
sociais - e a ONU inclusive tem se espelhado e recomendado para outros países -
têm sido implementados por quem? Pelo Governo de coalizão coordenado pelo PT.
Eu quero dizer isso porque, para nós e para mim, que sou do Partido dos
Trabalhadores, ter um Governo de coalizão não é nenhum problema, o problema é
ter um Governo que junta um conjunto de Partidos e não tem um conteúdo
programático para ser aplicado. Aí acontece o que vem acontecendo em muitos
Municípios. E aqui, em Porto Alegre, o Prefeito Fogaça inaugurou essa lógica.
Eu quero dizer, novamente, ao Ver. João Antonio Dib
e ao Ver. Sebastião Melo, que eu trouxe aqui, há alguns dias, a lista de
algumas obras que o Prefeito, no ano passado, deu ordem para iniciarem, mas
que, até agora, não foram concluídas, e as máquinas sumiram.
Portanto, Ver. João Antonio Dib, aquela informação
que o senhor me deu é falsa; não porque o senhor falou, mas porque lhe
informaram equivocadamente. A obra que está sendo realizada no Beco da Vitória,
que liga a Av. Edgar Pires de Castro, que liga a Av. do Lami, está paralisada,
retiraram as máquinas de lá. É uma obra que já era para estar pronta. E há uma
lista de muitas outras. Trago isso porque quero contribuir, sim, com a Cidade,
e isso não pode acontecer, temos que cobrar que essas obras sejam concluídas.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra em
Comunicações.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Ver.ª Melchionna, na pessoa de V. Exa. quero cumprimentar as demais
Vereadoras e Vereadores presentes, o público que nos assiste nas galerias, pela
TVCâmara, as senhoras e os senhores. Vice-Prefeito eleito, Ver. Sebastião Melo,
quero aqui, neste período de Comunicações, falar um pouquinho do desempenho
eleitoral do meu Partido, e também agradecer, desta tribuna, os 13.336
porto-alegrenses que me conferiram a minha primeira reeleição para o mandato
que se inicia no dia 1º de janeiro. O PDT vai
disputar o 2º turno em três capitais. O nosso Prefeito Fortunati foi eleito com
65% dos votos no 1º turno, aqui em Porto Alegre.
Quero fazer aqui uma menção aos nossos companheiros
que concorrem em Curitiba, Natal e Macapá. O PDT, provavelmente a partir de
janeiro de 2013, deverá governar quatro capitais do nosso País. No Rio Grande
do Sul, elegemos 70 Prefeitos, quase 700 Vereadores, quase 70 vice-prefeitos, ou
seja, temos uma grande responsabilidade com o povo gaúcho e com o povo
porto-alegrense. Nós, que temos 7 deputados estaduais, 3 deputados federais, 3
secretários de Estado e o vice-presidente de agronegócios do Banco do Brasil,
saímos dessa eleição de peito estufado e cabeça erguida, com a certeza do dever
cumprido.
Muito foi feito, mas muito ainda precisar ser
feito, e nós acreditamos que, nessa véspera de Copa do Mundo, grandes
realizações e grandes transformações, principalmente com foco na qualificação
de espaços urbanos, avizinham-se para a nossa Cidade.
Quero dizer aqui que o nosso Partido tem uma grande
responsabilidade com muitas páginas da história de Porto Alegre, e, com a
responsabilidade de ter sido eleito o Vereador mais votado do meu Partido,
quero dizer que acredito muito na devolução da balneabilidade das águas para a
Cidade, no Cais do Porto, na ampliação do aeroporto, no metrô, que deve ser uma
realidade a médio prazo, nos BRTs, nas obras de estruturação, na iluminação das
praças, na qualificação do HPS, em tudo que vai gerar em função da estruturação
de vagas em hotéis, na melhoria do atendimento e na ampliação das vagas dos
leitos dos hospitais, em todo esse reflexo e esse grande legado, na geração de
emprego e renda, no aquecimento do mercado imobiliário, principalmente focado
em projetos do Programa Minha Casa, Minha Vida, que vão gerar emprego e renda,
proporcionando que a Cidade se organize.
Hoje esse trabalho de regularização fundiária, que
é coordenado pela Secretaria do Planejamento e pela Procuradoria-Geral do
Município, tem proporcionado, e vai proporcionar também para muitas famílias, a
entrega de matrículas, a regularização de lotes, a entrega de habite-se, o que
a gente sabe que valoriza mais ou menos os imóveis em 30 a 40%. Nós que sabemos
que esse trabalho acaba por organizar muitas vezes grandes glebas, fazendo a
redivisão e a ordenação do espaço urbano, lá onde se define a largura de uma
rua. Por que uma rua tem que ter uma caixa de 12, ou uma caixa de 15? É para
poder passar a ambulância, o carro dos bombeiros, para ter uma vaga para
estacionar o carro. Por que um quarteirão tem que ter uma determinada medida,
uma testada de um lote? Por que precisamos prever uma praça, um espaço de lazer
em loteamentos com mais de 2 mil, 3 mil unidades habitacionais? Por que tem que
ter a previsão de uma creche, de uma escola? É porque é inadmissível, Ver. Brasinha, que uma criança tenha que andar dez
quilômetros para ir ao colégio.
E nós estamos escrevendo páginas importantes na
qualificação dos espaços urbanos na Cidade. Este conceito, que se impõe no
Governo, de transversalidade, ajuda muito, agrega muito valor à gestão pública;
são políticas públicas de transversalidade que economizam, que desburocratizam,
porque, quando sentam em volta de uma mesa, o DMAE, o DEP, a SMAM, a EPTC,
quando se vai analisar desde um pequeno empreendimento, como uma creche... Uma
creche tem um impacto, ela precisa ter uma pequena faixa de segurança, uma
pequena sinaleira para as crianças atravessarem a rua, uma área para o
transporte escolar parar, para as crianças embarcarem e desembarcarem. Já um shopping center tem um impacto maior,
ele permite uma estruturação, uma contrapartida, como uma ciclovia, ele é um
imã, ele imanta em torno de três, quatro mil pessoas por dia, então existe no
seu entorno um outro reflexo.
Já uma operação urbana consorciada, como a da Lomba
do Pinheiro, que aprovamos aqui, permite que o Poder Público possa suprir
alguns equipamentos em falta em determinada região, como a Região Leste, a da
Lomba do Pinheiro. Então, nos parece que estamos no rumo certo. Uso este
período de Comunicações para fazer, inicialmente, este relato a respeito do
desempenho do Partido e também para trazer aqui uma mensagem otimista de quem
acredita que, a médio e longo prazo, teremos grandes transformações, a
qualificação de espaços urbanos na Cidade, e Porto Alegre dará um salto
importante.
É dentro desse espírito que nós concluímos aqui uma
Legislatura e daremos início à outra. Muito obrigado. Um grande abraço!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): Solicito ao Ver. Carlos Todeschini que assuma a
presidência dos trabalhos.
(O Ver. Carlos Todeschini assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Carlos Todeschini): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra em
Comunicações.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
boa-tarde a todos, eu queria agradecer a gentileza da Ver.ª Sofia que permitiu
que esta Vereadora falasse antes, em função dos nossos encaminhamentos para a
participação da Câmara na Feira do Livro de Porto Alegre.
A partir de amanhã, a Cidade recebe a maior Feira
do Livro, a céu aberto, das Américas, e a Câmara, mais uma vez, fará parte
dessa construção, assim como fez no ano passado, em que registrou diversas
atividades culturais e lançamento de livros, durante a Feira do Livro de Porto
Alegre. Repetiremos o feito este ano, utilizando o espaço também como forma de
a Câmara trazer prestações de contas à sociedade e, ao mesmo tempo, utilizar o
espaço com atividades lúdicas, como sarau e bate-papo em relação a livros
importantes da nossa Cidade.
Mas antes de entrar neste tema, gostaria de falar
da tentativa de mexer no Decreto que regulamenta a compensação ambiental na
Cidade de Porto Alegre.
A partir da atuação da Comissão de Saúde e Meio
Ambiente desta Casa, da atuação do Ver. Beto Moesch, do Ver. Carlos Todeschini,
desta Vereadora, atuando em relação às trocas que a Prefeitura estava fazendo,
abrindo mão das compensações ambientais necessárias nos licenciamentos para
empreendimentos, trocando, literalmente, árvores, vegetação, por borracha,
motosserra, gasolina. O Ministério Público entrou com uma ação civil pública
contra essa postura. A Prefeitura estava burlando um Decreto Municipal que
determina que as compensações têm que ser feitas, e têm que ser feitas na área,
ou sobretudo na região em que ocorre o dano ambiental. Isso é princípio básico
para garantir uma harmonia em uma cidade que combina desenvolvimento e meio
ambiente; é básico para garantir a diminuição da poluição atmosférica, a
diminuição do calor, porque numa cidade onde há muita arborização e vegetação
tem menos incidência de calor. Vários estudos comprovam a importância de manter
a cidade viva e que respeite o meio ambiente. E a própria Secretaria, que
deveria ser a zeladora dos interesses ambientais, estava trocando,
literalmente, árvore por borracha, vegetação por motosserra. E nós recebemos um
relatório com dezenas de casos, de mais de trezentas árvores derrubadas em que
a compensação era esse tipo de materiais que deveriam ser supridos pela própria
Prefeitura. O Promotor Paganella, junto com a equipe do Ministério Público,
entrou com uma Ação Civil Pública para garantir que esse acinte, essa falta de
vergonha na cara acabe em relação ao desmatamento e à destruição do meio
ambiente em Porto Alegre. E nós, com muita surpresa, recebemos hoje, a notícia
de que a SMAM quer inovar, atacar o Decreto e fazer com que mais de trezentas
mudas de árvores possam ser trocadas por calçadas verdes. Muito interessante a
ideia de calçadas verdes; elas devem existir na cidade de Porto Alegre, não
temos nenhuma dúvida. Inclusive, Ver. Carlos Todeschini, seria muito bom se
houvesse uma política pública não só de revitalização das calçadas - porque as
calçadas são uma vergonha, sobretudo em frente aos prédios municipais, porque
dos contribuintes a Prefeitura cobra -, e também a construção de calçadas
verdes. Agora, é inadmissível que se troque trezentas mudas de árvores apenas
por calçadas verdes. Que Cidade é essa que a Prefeitura está querendo
construir? Que licencia empreendimentos a toque de caixa, que troca árvore por
borracha, que troca vegetação por motosserra! E, para não cumprir a
responsabilidade que o Ministério Público está acionando a partir dessa Ação
Civil Pública, tenta mudar a Legislação para facilitar aqueles que - para fazer
os espigões, prédios, etc -, destroem o meio ambiente, facilitando, barateando
o que deveria ser a compensação ambiental e, sobretudo, não devolvendo aos
porto-alegrenses as árvores derrubadas. Isso é inaceitável, o mundo está
pagando a consequência dessa lógica com os altos índices, os dados alarmantes
do aquecimento global.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Carlos Todeschini): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Obrigada, Ver. Todeschini. Cumprimento os Vereadores e Vereadoras, os
telespectadores, em nome do PT, eu trago mais elementos para o nosso debate do
Orçamento 2013. Nós já vínhamos conversando sobre as opções de gestão. Na
comparação que fiz ontem, a Secretaria de Gestão da cidade de Porto Alegre tem
0,50% das receitas líquidas, e a Secretaria de Esportes tem apenas 0,40% para
2013 e 0,38% no ano em curso.
Quais as consequências desta opção de gestão de
brutal redução dos recursos na Secretaria de Esportes? Porque para a manutenção
de centros comunitários não tem alternativa transversal, tem que estar previsto
nos recursos da Secretaria de Esportes.
Hoje nós tivemos a informação de que o Cegeb, o
centro comunitário do bairro Medianeira, que é perto da Escola Municipal Emílio
Meyer - eu acho que as pessoas conhecem -, um centro comunitário fundamental,
estratégico, que atende todas as comunidades da Vila Tronco, que tem piscinas,
está fechado, e fechado na sua totalidade, por problemas físicos. E não terá
piscinas no verão que está chegando, não abrirão as piscinas. Inclusive a
Secretaria de Esportes mantém fundamentalmente as suas atividades, com os
idosos, nas piscinas, por causa dos estagiários, porque também não há concurso
público para professor. O Cegeb está fechado. Tem campo de futebol, tem “n”
atividades que aquela comunidade tão carente precisa, e por não haver recurso,
ele não tem como funcionar.
Eu chamo a atenção do Cecove, na Vila Elizabeth.
Problema seriíssimo no ginásio, piso e telhado. É claro que o piso é
deteriorado pelo telhado, que, com goteiras, não tem parquet que aguente. Um
ginásio tão importante, na Vila Elizabeth, o único centro comunitário para
esportes que aquela comunidade da Zona Norte tem.
A mesma
situação acontece no Cecores – Centro Regional Restinga e Extremo-Sul. O
ginásio alaga; aquele centro comunitário é utilizado para assembleias do
Orçamento Participativo; é utilizado para todas as festas da Restinga; ele
alaga por falta de manutenção na sua estrutura e no telhado, portanto, o piso
está comprometido. Eu estive lá há um mês. Há um projeto belíssimo, que se
chama “Balé para Todos”, que não acontece quando chove. Na sala multiuso, que é
utilizado para capoeira, há um meio espelho rachado, onde as meninas,
maravilhosas, lindas – aliás, a professora as leva para a sua academia para
evoluírem no balé – mal e mal conseguem se enxergar. Então, há um problema
seriíssimo no Cecores.
Na Vila Ingá, o Cevi – Centro de Comunidade Vila Ingá –, na Av. Baltazar de Oliveira
Garcia, a partir das 17h30min, ninguém mais pode frequentar, porque está
absolutamente às escuras. É um centro comunitário com piscina, que tem muitas
dificuldades para a sua manutenção e que não tem iluminação. Lá tem os postes,
mas os fios não existem; os que existem são obsoletos, o centro está
completamente abandonado. Depois não querem que a gurizada esteja envolvida com
drogas, com tráfico, com outras questões pouco saudáveis, porque a juventude,
os homens e mulheres poderiam frequentar o Centro de Comunidade da Vila Ingá, o
Cevi, mas não há como, pois não há iluminação à noite, nem no pátio nem nas
calçadas. O breu não é nem no entorno: o breu é dentro do centro comunitário.
Eu nem falei
do Cecopam – Centro
Comunitário do Parque Madepinho –, pois seriam “n” problemas: o piso da sala de
ginástica... O Cecopam precisa de muito recurso para ser corrigido.
Portanto, eu insisto, trago elementos aos Vereadores; não podemos
concordar e manter tão poucos recursos para o esporte nesta Cidade. É um bom
debate, que espero que façamos, e a realidade que espero que modifiquemos.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos
Todeschini): O Ver.
Haroldo de Souza está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.
O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra em Comunicações, e, após, prossegue em Comunicações, por cedência do
Ver. João Carlos Nedel.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, dentro em
breve deixo esta Casa e não verei cumprido o art. 229 do Regimento Interno, que
diz que a Comunicação de Liderança deve ser exercida pelo Líder da Bancada ou
por alguém por ele designado para tratar de assunto urgente e inadiável, que
será submetido à apreciação do Presidente. Infelizmente, o tempo de Liderança é
usado de forma equivocada, mas eu não vou conseguir ver isso resolvido.
Mas que País é este
em que nós vivemos? Hoje é manchete nos jornais de capa inteira: “IPI Reduzido”
– isso para que mais automóveis sejam vendidos à população brasileira, à
porto-alegrense, que é a que nos interessa mais no momento. Nós não temos mais
sistema viário para enfrentar a quantidade imensa de veículos que estão
entrando dia a dia nas nossas cidades.
Mas quem paga esse
IPI? A União tem desvinculado da Receita 20%, a DRU – Desvinculação da Receita
da União. Esse IPI que está sendo reduzido reflete nos Municípios que deixam de
receber Fundo de Participação do Município. Agora, a indústria automobilística
leva tudo! Mas não precisamos de mais automóveis nas nossas ruas!
Eu vejo, por exemplo,
aqui no Rio Grande do Sul, a indústria calçadista. Que apoio recebe do BNDS, do
Badesul, do Banrisul? Não recebe! Agora, a Volkswagen recebeu U$ 350 milhões de
financiamento do BRDE. Ela deve estar precisando mesmo! Tanto precisa, que dão
incentivo para produzir mais e vender mais. Aumentou o
número de trabalhadores da Volkswagen? Não! O que o Brasil precisa não é IPI
reduzido; o que o Brasil precisa é de mais empregos. Muito mais empregos! Há
algum tempo o ex-Ministro Carlos Lupi, numa dessas inserções na televisão,
elogiando o Governo disse: “Criamos este ano 1,8 milhão de empregos”. Um número
bonito. Não sei se em 2007 ou em 2008, mas, numa segunda inserção, alguns
minutos depois, disse que a preocupação do Governo brasileiro com os
trabalhadores era tão grande que 7,7 milhões brasileiros estavam recebendo
salário-desemprego. Não entendi: 1,8 milhão é muito menor do que 7,7 milhões,
quase 6 milhões menor, 5,9 milhões menos.
Não criamos empregos,
mas damos Bolsa Família, damos bolsa carinho para que aumente a população de
zero a seis anos; damos bolsa. Não foi o que Roosevelt fez nos Estados Unidos
para sair da recessão, ele deu emprego. Emprego é a única solução que este País
precisa porque emprego gera emprego; emprego gera consumo; consumo gera
emprego. Mas reduzem o IPI. Tudo bem, os Municípios pagam, e a propaganda é do
Governo Federal.
Por outro lado, temos
a preocupação do Governo com a caderneta de poupança. Era uma maneira de os
brasileiros menos aquinhoados guardarem um pouquinho do seu salário para o dia
de amanhã e terem um rendimento digno; se não digno, razoável. Agora foi
reduzido, não chega nem a 5% ao ano. Até parece brincadeira. Li nos jornais, na
semana que passou, a manchete: “Pela primeira vez, depois de 33 meses, os juros
do cartão de crédito diminuíram”. Foi uma diminuição extraordinária: baixou
0,28%. Ficou acima de 10% ao mês – não é ao ano, mas ao mês! Foi manchete. No
sentido de valores, é muito difícil de ser entendido.
Por outro lado, temos
a Lei da Ficha Limpa, que foi uma lei de origem
popular. Agora, acho que vai acontecer outra lei de origem popular para
resolver a fraude que fizeram com a Saúde no Brasil.
A Emenda Constitucional
nº 29 é do ano de 2000. Em 2000, o Congresso Nacional decidiu e foi promulgada
a Emenda nº 29, que diz que 10% da Receita federal deve ser aplicada em Saúde.
O Presidente Lula impediu várias vezes que fosse votada; chegou a estar na
Ordem do Dia da Câmara Federal, mas ele impediu sua votação. Ouvi o Dep.
Henrique Fontana, nosso ex-Vereador, ouvi o Dep. Cândido Vaccarezza, que
impediram a votação, não votaram. Agora, o Dep. Marco Maia assume a presidência
da Câmara Federal, põe na Ordem do Dia, é votada e a Câmara Federal dá os 10%.
Agora a fraude: vai ao Senado, onde tem seus “renan calheiros”, “josés sarneys”
e outros tantos que estão lá e não servem de exemplo para coisa nenhuma, e aí é
alterada a legislação; em vez de 10% da Receita Tributária, é o valor do ano em
curso, acrescido da variação do PIB. Pelo menos mostraram um pouquinho de
inteligência; se a variação for negativa, será mantido o valor do ano em curso;
do contrário, teria que diminuir, porque é o que está acontecendo, a variação do
PIB, neste ano, é negativa, creio.
Fica muito difícil de
entender as coisas que acontecem neste País. Mas a publicidade é boa, como
funciona a publicidade! Quero dizer que, se nós criarmos empregos, nós seremos
bons brasileiros, nós teremos mais educação, nós teremos mais saúde e menos
publicidade, porque, se todo mundo estiver empregado, fica tudo muito bom,
acontecem menos crimes, menos violência. Mas não damos emprego, damos Bolsa
Família. O nordestino Luiz Gonzaga já dizia que: “Ajuda para gente sã na forma
de dinheiro é esmola”. O povo brasileiro não precisa de esmola, precisa de
trabalho. Trabalho, como está escrito lá na parede da entrada da Prefeitura, uma frase
com letras douradas: “O trabalho é o maior fator de elevação da dignidade
humana”.
Presidente Dilma, o povo brasileiro precisa de mais
dignidade; crie mais empregos e dê menos bolsas. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO (Requerimento): Ver. Todeschini, Presidente, a
conversa aqui está muito boa, mas aqui não é o Congresso Nacional. Lá, um fala
e o Plenário fica a tarde toda, aquela coisa toda. Isso não é uma crítica ao
Ver. Dib, não é. Há três ou quatro Vereadores aqui. Eu peço verificação de
quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O.k.
Solicito abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum. (Pausa.)
(Após o fechamento do painel eletrônico.) Oito Vereadores presentes. Não há
quórum.
Estão encerrados os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 14h58min.)
* * * * *